29 de dezembro de 2015

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Como membros da coordenação da Chapa Avaí Mais Forte nas eleições para o Conselho Deliberativo do Avaí Futebol Clube, ocorrida no mês de novembro de 2013, viemos a público esclarecer informações importantes sobre o processo eleitoral ocorrido naquela data, que culminou com a eleição da chapa de situação e posteriormente com a condução de Nilton Machado à Presidência no Clube, para um mandato que acaba de completar seus 2 primeiros anos.
Em meio ao momento delicado pelo qual o Clube atravessa, com um forte clamor por mudanças vindo da imensa maioria da torcida, no último dia 22 de dezembro o Presidente do Clube participou do programa Debate Diário, mesmo dia da reunião do Conselho Deliberativo do Clube em que se discutiram os resultados do ano de 2015 e o orçamento para a temporada 2016. Na ocasião Nilton Machado relatou uma negociação ocorrida 2 dias antes das eleições de 2013, e repassou informações que precisam ser melhor esclarecidas a todos os torcedores e imprensa que acompanha o Avaí Futebol Clube.
Segundo Nilton, a chapa de oposição teria proposto uma fusão das chapas em troca de cargos na Direção do Conselho e da Diretoria Executiva do Clube, com destaque para a Vice Presidência, Diretoria de Futebol e Presidência do Conselho. Diante destas afirmações, queremos esclarecer que:
a) A chapa Avaí Mais Forte, de oposição, era composta de 2 vertentes. A primeira formada por membros da Conselharia Azurra, um grupo de torcedores, sócios e ex-Conselheiros avaianos que há anos reúne-se para discutir ideias para que o Avaí se torne um Clube cada vez mais moderno e competitivo. A segunda formada por notáveis avaianos, entre eles ex-presidentes do Clube, e dezenas de torcedores de suas redes de relações. Estas duas vertentes estiveram unidas pela convicção quanto à necessidade de mudanças na gestão do Clube, e, sobretudo na atuação do Conselho Deliberativo, foco daquela eleição de novembro de 2013.
Importante ressaltar, neste ponto, que as considerações constantes deste texto são exclusivas dos membros da primeira vertente, reservando-se o direito aos membros que integravam a segunda vertente e que participaram do processo eleitoral que se manifestem da forma que lhes aprouver, tudo em nome da independência de atuação que norteou os integrantes da chapa;
b) A reunião ocorreu nas dependências do restaurante de um hotel na Av. Beiramar Norte, em um horário de almoço, sem qualquer caráter de sigilo, sendo inclusive de conhecimento de todos os membros da coordenação e equipe de frente da Chapa 2 – Avaí Mais Forte;
c) A referida reunião vinha sendo proposta, em diversas oportunidades desde o início da disputa eleitoral, pelos integrantes da Chapa 1, da situação, com o argumento de que seria bom para todos que não tivéssemos disputa eleitoral, diferentemente do que foi afirmado pelo Presidente Nilton, que atribuiu à Chapa 2 a iniciativa do encontro. Como parte do jogo democrático, na ocasião decidimos, em reunião da coordenação ampliada da campanha da Chapa 2, por ouvir as proposições da situação sem, entretanto, abrir mão, em hipótese alguma, do objetivo basilar da candidatura que, considerava-se, seria o centro das mudanças dentro do clube, qual seja, a reestruturação do Conselho Deliberativo, para o que concorriam dois elementos inafastáveis: a direção do Conselho Deliberativo (presidência do órgão) e a alteração estatutária;
d) Na reunião citada, estiveram presentes, representando a Chapa 2, o então Conselheiro e ex-diretor do Clube, Cláudio Vicente, o então Conselheiro e membro da comissão de reforma do Estatuto do Clube, Adir José da Silva Júnior, ambos representando os membros da Conselharia Azurra, além de um ex-presidente do Clube o senhor Gerson Basso. Como representantes da Chapa 1, de situação, estiveram presentes o atual Presidente do Clube, Nilton Machado, o atual Presidente do Conselho Deliberativo, Alessandro Abreu, e mais um Conselheiro do Clube, o magistrado Rodrigo Collaço;
e) Iniciada a conversa, a Chapa 1 expôs suas ideias e em seguida a Chapa 2 apresentou seus objetivos nas eleições, que tinham, como já dito, como foco central a reforma estatutária imediata e a mudança radical na atuação do Conselho, para que ele se tornasse efetivamente um órgão democrático, fiscalizador, deliberativo e atuante. Diante desta diretriz principal, informamos aos membros da Chapa 1 que não abriríamos mão de estar à frente do Conselho, para garantir que as mudanças necessárias fossem realizadas, mas que nos comprometíamos – como de fato era proposta de campanha - em compor um Conselho compartilhado, ao que os integrantes daquela chapa demonstraram preocupação dos efeitos desta proposição sobre a gestão do Clube (como possível Diretoria Executiva) diante de um Conselho com presença forte da oposição;
f) A reunião se desenvolveu com os membros da chapa de situação propondo a presença de membros da Chapa 2 na Diretoria Executiva, tendo proposto inclusive que o Conselheiro Cláudio Vicente assumisse a função de Superintendente Executivo, já que Nilton Machado, se eleito Presidente, não teria interesse em envolver-se na gestão diária do Clube. Diante da proposta, afirmamos não ter interesse por ser uma função remunerada e que não teria autonomia para realizar as mudanças necessárias no Clube, e ressaltamos que nesta linha seria mais adequado cumprir o mesmo papel executivo na qualidade de Vice Presidente, sem necessidade de remuneração pelo Clube, atuando em conjunto com o Presidente. Outros cargos e composições foram discutidos, sempre por iniciativa da chapa de situação, até que retornamos à discussão inicial, que representava o foco da Chapa 2 - Avaí Mais Forte, ou seja, a eleição e consequente mudança no Conselho Deliberativo;
g) Reforçamos, então, que as definições sobre cargos e gestão executiva do Clube deveriam ficar para depois das eleições do Conselho, até porque o novo Conselho é que decidiria sobre estes itens, não cabendo negociá-los com antecedência. Assim, informamos que a única forma de composição/acordo naquele momento seria a desistência, naquele momento, do pleito eleitoral por parte da Chapa 1, o que redundaria na eleição da Chapa 2, com a garantia de que os membros daquela Chapa fossem admitidos no novo Conselho deliberativo logo na primeira reunião pós eleição, já em dezembro de 2013, garantindo a reafirmação das diretrizes essenciais de nossa candidatura (que, ressalte-se, era para o Conselho Deliberativo e não para a Diretoria Executiva), que eram – repetimos por importante - a alteração do estatuto e composição paritária do Conselho;
h) A proposta apresentada não foi aceita pela Chapa 1, ocasião em que reforçamos aos presentes a nossa convicção de que a realização de uma eleição para o Conselho Deliberativo com a participação de 2 chapas seria um marco na história do Clube, pela oportunidade de mobilização dos associados e pelo espaço para discussão de ideias, dando por encerrada a reunião.
As informações por nós apresentadas, que representam fielmente o que ocorreu naquela ocasião, demonstram o interesse da Chapa 2 na discussão de alternativas em torno de ideias que pudessem sobrelevar o Clube ao lugar de destaque que merece estar – e não a simples eliminação da concorrência em troca de “bonificações”, como parecia ser o interesse da parte adversa - e, importante, DIVERGEM daquelas apresentadas pelo Presidente Nilton Machado em sua participação no programa Debate Diário.
Considerando que na ocasião da entrevista o Presidente afirmou ter guardado até hoje o pedido formal da Chapa 2 para um acordo em que faria parte da gestão, e sabendo que se trata de um homem com uma história que deve ser respeitada, gostaríamos de convidá-lo a apresentar publicamente as provas de que a referida negociação se deu com base em distribuição de cargos e compartilhamento de gestão, conforme por ele informado, resguardando assim sua imagem.
Cumprindo nosso papel como membros da Chapa 2 – Avaí Mais Forte, de informar a verdade dos fatos relatados, aguardamos por uma manifestação do Presidente Nilton Machado, para que possamos compreender melhor as razões da divergência nas informações.
Florianópolis, 29 de dezembro de 2015.
Adir José da Silva Júnior
Cláudio Roberto Vicente
Membros da Coordenação da Chapa 2 – Avaí Mais Forte
Eleições para o Conselho Deliberativo (2013)

2 comentários:

Agora eu entendo as razões que levaram André Tarnowsky Filho a dizer por várias vezes em seu blog que a chapa 2, por não ter projeto para aplicar em caso de vitória, foi pedir cargo remunerado ao pessoal que representava a chapa da situação. Eu participei da chapa 2, Avai mais Forte, a convite de Adir da Silva, creio que seja pai de Adir José da Silva Junior, e, se tivesse tido oportunidade de manifestar-me a respeito da realização desta reunião, por falta de representação da chapa oposicionista, teria sido radicalmente contra. E não venham com essa balela de que a chapa 2 representava duas correntes de oposição. Se existiam duas vertentes opositora como agora dizem - eu não sabia deste fato - mesmo assim, ao se unirem para concorrer eleições, para este fim específico, se transformaram em um único bloco de oposição e nemhuma ala tinha o direito de agir sozinha. As decisões a partir de então, por questão de lealdade, dentre outras coisas, tinham de ser tomadas em conjunto, por toda chapa, e nao por porte dela. Participar de reuniões com o pessoal da outra chapa de forma isolada e com pouca ou nenhuma divulgação, mesmo que seja a convite, como agora justificam, deu margem para interpretacões diversas. Será que o Tarnowsky não tem razão?Manoel Nilson

Olá, Manoel.

De fato sou filho do Adir que te convidou para participar da chapa e que nutre por ti uma grande admiração. "Gente da melhor qualidade" foi o que ele me falou.

Por este motivo, e também porque eras nosso companheiro naquela batalha, reforço alguns esclarecimentos que parecem não terem ficado muito claros para ti a partir da leitura do texto.

Em primeiro lugar tens absoluta razão ao dizer que formávamos um bloco único de oposição. E isso não foi negado em momento algum. Apenas ressaltamos a origem do bloco e as duas vertentes que o compunham para ressalvar que o texto foi feito em nome de quem a integrou a partir da Conselharia Azurra, deixando aos integrantes da outra vertente liberdade para, querendo, apresentarem suas considerações.

Nenhuma das vertentes agiu isoladamente. Tanto que à reunião compareceu o nosso ex-presidente Gerson Basso, que leu o texto e concordou integralmente com as suas linhas, afirmando não ter qualquer ressalva a fazer.

Feito este esclarecimento, passo ao segundo: a chapa - por manobra da comissão eleitoral que era composta por sócios alinhados à Chapa 1 - passou a ser composta por 200 integrantes (e não 100, como inicialmente previsto) motivo pelo qual imperou a necessidade de formarmos uma comissão "gestora" composta por cerca de 20 integrantes, representando os mais diversos interesses que compunham o bloco oposicionista (nós da Conselharia, os ex-presidentes Flávio Félix e Gerson Basso, o amigo Rica Câmara, os blogueiros Kátia de Paula e Gerson dos Santos, entre outros) que se reuniam regularmente para tomar decisões que, na maior parte das vezes, precisavam ser ágeis e/ou imediatas.

Pela própria logística das eleições, que tiveram um período inferior a 30 dias, seria impossível fazer consultas diárias a todos os 200 integrantes para as decisões do dia a dia, motivo pelo qual o fazíamos com esta comissão.

Se, em algum momento, tivéssemos a intenção de alterar alguma de nossas propostas essenciais, inseridas no documento que apresentamos ao início das eleições, aí sim se faria necessária a consulta a todos os integrantes, por questão de, como bem pontuaste, lealdade. Não foi, entretanto, o que ocorreu.

Comparecemos à reunião com o um único objetivo: reafirmar que estávamos ali para ver implementadas as propostas apresentadas e, para isso, não haveria qualquer negociação. A oferta de cargo remunerado, como apontado no texto, partiu da Chapa 1 e foi solenemente recusada por nós que participamos da reunião, por ter sido, inclusive, a deliberação feita com os líderes da chapa na noite anterior.

Como as nossas condições implicariam na prática a renúncia da Chapa 1 das eleições, eles recusaram.

Quanto ao teu questionamento final: não, o senhor blogueiro citado não tem razão. Aliás, só o menciono neste momento porque integra o teu questionamento. Não merece, além disso, uma linha sequer de considerações.

Espero ter complementado os esclarecimentos.

Um grande abraço, fico à tua disposição para esclarecer qualquer outra dúvida - inclusive pessoalmente - e esperamos contar com a tua participação em novas empreitadas em favor do nosso clube.

Adir Júnior