8 de dezembro de 2015

Nunca é por uma bola - Conselharia Azurra

Em 2014, para o Avaí, nada foi muito diferente dos anos anteriores: caminhão de jogadores contratados; ausência de planejamento em todas as áreas; desastre financeiro - que foi maquiado pela indenização resultante de uma desapropriação de terreno que era de propriedade do clube -; ausência de política de resgate da avaianidade; presepadas costumeiras nas áreas de comunicação e marketing.
Entretanto, teve um detalhezinho que fez parecer que nada disso houvesse: uma bolinha marota que entrou, de pênalti, com vários outros resultados improváveis ajudando na rodada, somados à perda de pontos do América-MG durante o campeonato, transformaram a gestão Nilton Macedo Machado em bem sucedida, em questão de minutos, muito embora ela não tivesse diferido em nada do que se viu nos anos anteriores.
Em 2015 essa bola não entrou.
A vitória era improvável, contra o campeão brasileiro no estádio deles, mas esteve próxima. Nos últimos minutos tivemos dois ou três ataques que, com um pouquinho a mais de qualidade (que não tínhamos), poderiam ter mudado a nossa história para 2016.
Mas não mudaram.
E, bem... Como não achamos que aquela bolinha de pênalti do ano passado transformou a gestão Zunino/Nilton em um case de sucesso, também não achamos que foi a bolinha que não entrou dessa vez que fez com que esta administração fosse um fracasso.
Ela é um fracasso desde sempre.
E é porque são os mesmos que estão por lá. À frente da comunicação, do marketing, das finanças, do futebol.
Não há mudança. Não há por que se fazer de decepcionado agora, arrependido do voto que deu na última eleição, como se tudo o que tivesse sido construído tivesse sido desmanchado.
Se há, efetivamente, um defeito da “nova” administração é a omissão, é a “não construção”, a “não inovação”, é o manter tudo como estava.
O futebol – e praticamente nenhum ramo empresarial – não perdoa que em setores essenciais se mantenham pessoas que ora tomam a instituição como extensão de seus quintais, ora não ampliam seus conhecimentos para fora do muro, ora não abrem seus ouvidos para aqueles que chamam a atenção para os equívocos, ora – e isso é o pior – fazem isso tudo ao mesmo tempo.
O executivo está tomado pelos mesmos, que adotam as mesmas práticas, contrariando a máxima de Einstein de que é “impossível obter resultados diferentes fazendo as mesmas coisas”.
O Conselho Deliberativo, embora tenha propiciado a grande vitória de um Estatuto moderno e atualizado, que ainda nos trará muitos frutos, não exerce a sua função de fiscalização porque ainda constituído sob a égide do Estatuto anterior, sem a necessária oposição, para oxigenar as discussões em torno do clube, apresentando-se como mero apêndice da diretoria.
Não foi por uma bola que caímos. Não estamos mergulhados num 2016 sombrio por uma bola. Estamos colhendo tudo o que plantamos e o que deixamos plantar na nossa terra, outrora fértil.
O que resta? Não é pela diretoria. É pelo Duca da rouparia. É pelo Ademir, que nos emocionou com suas lágrimas sinceras depois do jogo. É por você, mesmo. Participar e não abandonar. Torcer e não virar as costas. Cobrar e não se conformar. E, mais pragmaticamente, se associar, não apenas para ir aos jogos (que ainda são a única ‘retribuição’ que a associação oferece), mas porque em 2017 será esta associação que propiciará a você transformar a sua indignação em mudança, nas urnas.
Para que não dependamos novamente de uma bola.

1 comentários:

Bela postagem. Emocionante o ultimo paragrafo. Mais ainda por rever as fotos de uma época muito bem vivida por todos nos. Carmem, do com saudades de tudo, mais ainda de você. Tamos juntos!