28 de novembro de 2011

O juízo final

Chegou um milionário no céu e impacientemente esperou a sua vez de ser julgado. Passou por várias salas até que chegou diante de uma luz muito ofuscante, da qual pouco a pouco pode identificar quem estava a sua frente, a figura santa do pai de todos os homens. Com voz forte, tendo a direita Pedro e a esquerda João e a sua frente meia duzia de pecadores.

Finalmente dirigiu-se a ele perguntando-lhe: O que você fez de bom durante estes anos?
- Nasci, cresci, amei, casei, tive filho, vivi. Disse o milionário cheio de si, em sua prepotência.
- Ora isso são atos sociais e biológicos a que estavas destinados - disse o Senhor. Quero saber que bondade específica e determinada você teve com seu semelhante.
- Bem, eu criei industrias, comprei fazendas, dei emprego a muita gente e melhorei a condição social de muitos - disse o milionário.
- Não, isso não serve. Estes atos estavam implícitos em você enriquecer. Você as praticou pois precisava viver melhor. Não foram intrinsecamente boas ações, desprendidas. Não servem.

O milionário tentou puxar pela memória e se deu conta que passara a vida toda pensando em si e nos melhor para os seus. Em verdade fora prepotente e egoísta. Nunca olhou para o lado e nem para seus semelhantes, a não ser como uma fonte de lucro. Mas de repente lembrou-se das obras de filantropia e disse:

-Ah, aqui está. Tenho tudo anotado. Uma vez dei cem mil reais para o Lar dos Velhinhos, contribui com duzentos mil para compra de cadeiras sociais e outra vez contribui com quinhentos mil reais para  a Fundação dos Operários de Jesus.
- Só? -  disse o Senhor.
- Só - respondeu o homem com aquele ar de soberba.
- Pedro - gritou o Senhor. Dê oitocentos mil a este homem e mande ele para o INFERNO!

Moral: Amor com amor se paga e dinheiro com dinheiro também.

Adaptação: Milor Fernandes - Fabulas Fabulosas

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