Sempre comento aqui que o futebol é algo que trago desde menina, quando meu pai radialista da Rádio Jornal a Verdade costumava me levar para assistir jogos de futebol, onde ele era comentarista esportivo. Cresci meio aos campos de várzea, aqueles campos sem nenhuma estrutura, pois o que mais tinha eram buracos e lama. Mas foi assim que aprendi a ver aqueles homens correr atrás da bola com vontade e determinação.
Fui crescendo e aprendi a gostar da bola muito mais do que deveria uma garota. Passei a frequentar os campinhos de futebol. Me apaixonei pelo Avaí, fui para os estádios e hoje a Ressacada é meu campinho. Fico no banco de concreto, na arquibancada, mas só isso me faz ser muito feliz. Cresci, virei mulher. Não sei em que curva da vida aquela inocência pelo futebol se perdeu, mas a paixão continuou viva. Aquela menina que frequentava os campos de várzea com o pai ficou para trás, mas levou consigo, dentro do peito a paixão pelo futebol e aprendeu a respeitar a bola como um objeto que era capaz de lhe trazer muitas alegrias.
Vivemos em outras épocas e o futebol tomou outros rumos e se profissionalizou, deixando para trás os pés descalços que foram trocados pelas chuteiras multicoloridas. O mundo moderno trouxe novos cenários aos torcedores, novas opções, alternativas que não existiam no tempo do futebol de várzea. E com estas mudanças, os contratos não revelados, valores são escondidos, assim como nem sempre os nomes e percentuais dos que têm participação no direito econômico vêm a público. Tudo em nome da confidencialidade.
Sabemos que isso acontece em todos os clubes de futebol, passou a ser uma regra e o Avaí não ficou de fora destas mudanças. E foram estas mudanças que me fizeram querer muito mais do meu clube, para que ele não fosse apenas mais um. Nos últimos doze anos vimos muitas mudanças, com erros e acertos, porém dentro de uma ditadura onde o torcedor foi descartado. Hoje como sócia torcedora gostaria de ver mais transparência nas ações e que a atual administração tivesse o minimo de respeito pela torcida e que dessem um pouco mais de crédito aos conselheiros que hoje não conseguem fazer valer a sua voz.
Os anos se passaram e muita coisa mudou é verdade, e nós torcedores também queremos mudanças. Queremos ajudar a escolher o nosso presidente e dividir com a administração a responsabilidade desta escolha. Aprendi que por mais difícil que seja, não devemos deixar de ser torcedor. Devemos usar a razão, mas nunca abandonar a paixão. E é exatamente em nome desta paixão que eu quero um AVAÍ MAIS FORTE.
1 comentários:
Que o nosso Avai seja mais forte, independente dos que lá estejam, com muita transparência, flexibilidade e responsabilidade nas decisões e ações à serem tomadas. O clube não pertence a uma pessoa ou grupo que lá esteja, mas a milhares de simpatizantes e torcedores, associados ou não, que levam junto consigo essa paixão chamada Avaí Futebol Clube.
Abraço
Betto Wendhausen
@Betto
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