25 de março de 2014

Gi Severo soltando o verbo

O  meu verbo é intransitivo, é pronominal, é transitivo direto. Exprime um estado ou uma ação que não passa do sujeito. É único e pessoal!
O AVAÍ eu conjugo no subjuntivo. Tem o tempo presente, o pretérito imperfeito e o futuro, que como bom subjuntivo carrega um “se”, um “quê”, um “quando” na conjugação.
Tem torcedor que conjuga no indicativo. Tem presente. Tem defensores do “pretérito perfeito”, do “mais que perfeito”, do “futuro do presente”, do “futuro do pretérito”.
Vivemos a conjugação das formas mais diversas, divertidas e até bizarras.
A turminha do “pretérito perfeito” e do “mais que perfeito” é a que mais me diverte. Um conjuga e a outra meia dúzia – aquela do fundo da sala, sabe? – cola, sem ao menos preocupar-se com a pergunta. Certamente faltaram aulas, muitas aulas. Acharam que a amizade com o “diretor” lhes bastava. Fosse eu a professora repetiriam o ano, os últimos doze, principalmente. Conjugariam só os irregulares à exaustão e em prova oral, sem desculpas.

Nosso presente está um claro resultado do “passado imperfeito”. As deficiências, os equívocos, a humilhação.
E aí, para não conjugar outros tempos do verbo, o cômodo é responsabilizar o grupo de jogadores, desmistificar o melhor aluno do colégio. Como se o jogo não fosse coletivo e não fossem os jogadores frutos também das aulas cabuladas, mas aqui pelo “professor”, que deixou o colégio todo à deriva às vésperas do vestibular, porque também era o “diretor” e licenciou-se sem deixar as notas nos boletins, tampouco delegou que fossem entregues… Não contou com o imprevisto, que deve ser previsto.

Agora, o presente do indicativo tem “novo” diretor. Praticamente escolhido pelo anterior. Um substituto, eu diria. E eu continuo no subjuntivo a querer saber “se” vai ser diferente, “quando” vai ser diferente. Torcendo firme e forte, como tantos outros que não se apegam ao “diretor”, mas ao que a escola se propõe!
No futebol boa vontade não é suficiente. Tal qual o verbo, tem que flexionar em pessoa, número, tempo, modo e principalmente em voz. É preciso ação, estado, fenômeno, ocorrência e desejo.
Fazer o melhor é obrigação de quem assume um cargo e responde pela função a que foi eleito. Não vejo méritos. Os resultados credenciam uma gestão, não esta ou aquela pessoa.
Não é possível dizer que não sabia que as notas não estavam nos boletins…

O AVAÍ é uma instituição de 90 anos. Precisamos de comprometimento e não apenas dos jogadores, mas do conjunto – direção, conselhos, jogadores, torcida. Cada um fazendo seu papel, e o comandante, comandando. Parece óbvio! Mas o verbo presente mostrou que não é.
Aos poucos alguns verbos parecem estar retomando seus tempos e conjugações. A confiança ressurgindo.
E nessa hora alguns têm que ficar em recuperação e outros precisam rodar pra entender que o verbo flexiona em muitos tempos, seja indicativo, seja no subjuntivo.

Eu, como foi no começo dessa história, mantenho a conjugação do verbo AMAR: intransitivo, pronominal, transitivo direto. Exprimo um estado ou uma ação que não passa do sujeito, porque meu verbo é AMAR. Amar meu AVAÍ.
GIANE ANTUNES SEVERO é revisora ortográfica. Graduada em Letras, em Tecnologia de Processos Gerenciais, pós-graduada em Gestão de Pessoas, tem especialização em Administração de Marketing e MBA em Marketing de Serviços.

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