2 de fevereiro de 2014

Me dê motivos

Foi com alguma perplexidade que li, vi e ouvi nas últimas semanas Marquinhos Santos receber uma saraivada de críticas. Não que ele seja “incriticável” (existe, Pasquale?), mas não entendi exatamente qual o motivo para o camisa 10 ter sido tão questionado.
Deixa de ser corneteiro, toca aqui e vamos ser amigos (Foto: Cristiano Estrela/Agência RBS)
Em 2013, Marquinhos foi artilheiro do time na temporada, o que é uma novidade pra ele – nunca foi um goleador, tendo uma média aproximada de um gol a cada quatro jogos na carreira. Foi também, na minha opinião, o melhor jogador da equipe, protagonista mesmo depois da chegada de Cléber Santana ao elenco.
Questionar o desempenho técnico do camisa 10 me parece, portanto, algo completamente descabido, mesmo que sejam considerados os últimos jogos da Série B, quando todos – TODOS, até Cléber Santana – os jogadores caíram de rendimento. Sua forma física, sempre polêmica, varia conforme os resultados. Se o time ganha, ele emagrece. Se perde, ele engorda. Alô, M10, cuidado com o efeito sanfona, que faz mal pra saúde!
Sugeriu-se também que Marquinhos fez corpo mole na reta final da Série B, não sei com base em quê. Em todos os jogos da “fase negra” que assisti na Ressacada, vi Marquinhos esforçando-se, dentro de suas características (nunca foi um velocista, por exemplo). No clássico do 0×4 foi um dos poucos a correr, dando até carrinho no campo de defesa. Mas queriam o quê? Que ele fizesse cinco gols no segundo tempo? Acho que a falha dele foi não ter cobrado o pênalti que Cléber Santana perdeu – mais um que ele perdeu. Lembram 2012? – naquela partida.
Já citei Cléber Santana duas vezes e não foi por acaso. É porque há um terceiro absurdo nas críticas a Marquinhos, que é a de compará-lo a Cléber Santana e dizer que Cléber, sim, é um verdadeiro ídolo. É surreal. Temos dois grandes jogadores, ídolos, que todas as torcidas catarinenses queriam ter (não se façam de doces… vocês queriam sim) e não aproveitamos isso, mas sim criamos picuinhas e intrigas fazendo comparações sem sentido entre os dois. Por que, ó, céus???
Marquinhos é humano, erra e acerta, tem altos e baixos. Já jogou “cheinho” (como denunciou Renato Gaúcho), já fez partidas ruins, já mereceu críticas. E também já fez muito pelo Avaí, com passes, gols e atuações fantásticas. Os momentos bons superam, de longe, os ruins. E, gostem ou não, ele está jogando bem, cumprindo seu papel. É qualquer um que dá aquele passe pro gol do Cléber contra o Juventus, né? Tá bom.
*Felipe Silva - jornalista e especialista em Gestão da Comunicação Pública e Empresarial, colaborador do site Memória Avaiana e sócio-fundador da Conselharia Azurra.

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